Crédito à habitação e o sobreendividamento
Numa altura em que o sobreendividamento tem lugar nas notícias de forma quase quotidiana, é importante salvaguardar a nossa posição financeira contra esta situação. Para tal, é necessário compreender um conceito essencial: Taxa de Esforço. De uma forma simples, entende-se por Taxa de Esforço a percentagem do rendimento mensal que é veiculada para o pagamento de um empréstimo. Partindo do pressuposto que o maior crédito que as famílias detêm é, precisamente, o crédito à habitação, é importante perceber até onde podemos ir.
Crédito à Habitação e a Taxa de Esforço
Para calcular a sua taxa de esforço, deve, em primeiro lugar, determinar o seu rendimento mensal (agregando não apenas rendimentos do trabalho, mas também apoios sociais, dividendos, etc.). Após este cálculo, divida o valor total da prestação com o crédito à habitação que paga mensalmente pelo seu rendimento mensal. Finalmente, multiplique por 100. O resultado reflecte uma percentagem, que é a sua taxa de esforço.
Idealmente, uma taxa de esforço será de 30% do orçamento familiar. Ou seja, numa família com rendimentos mensais de 2000€ terá, idealmente, uma prestação mensal de crédito à habitação de 600€. Por outro lado, se a mesma família, com o mesmo rendimento, tivesse que pagar uma prestação mensal de 1150€, a sua taxa de esforço seria já de 57.5%, o que exigiria, obrigatoriamente, uma melhor ponderação sobre a situação de endividamento.
Qualquer encargo que ultrapasse os 45%-50% deve ser já analisado com ponderação e, se possível, considerado em conjunto com as outras despesas mensais da família (prestação do carro, despesas com alimentação, combustíveis, condomínio, seguros, etc.) para verificar a exequibilidade do crédito e da situação financeira. Da mesma forma, se optar por uma taxa variável, lembre-se que as variações na Euribor irão ter um impacto na taxa de esforço do empréstimo no seu rendimento mensal.
Quando lidamos com créditos, independentemente do seu formato mas principalmente com o crédito à habitação, a melhor postura é mesmo a preventiva, pois só assim se garante a não existência de situações de sobreendividamento.
Crédito à Habitação e o Orçamento Familiar
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