De acordo com o seminário alemão Der Spiegel, a Bundesagentur für Arbeit (Agência Federal de Emprego alemã) irá trabalhar directamente com os países do sul da Europa a braços com a actual crise financeira para fazer face aos crescentes e dramáticos números de desemprego jovem.
Para o final de Janeiro de 2013, a Bundesagentur für Arbeit (BA) será responsável pela organização de uma conferência que contará com representantes de Espanha, Itália, Portugal e Grécia (bem como de alguns países da Europa de Leste) para gerar um intercâmbio detalhado de informação sobre a matéria, de acordo com as declarações que Raimund Becker, membro do Conselho Executivo da BA, prestou ao seminário.
Becker sublinhou ainda que a Alemanha tem a menor taxa de desemprego jovens da União Europeia – apenas 8% -, situação perfeitamente oposta à que acontece em Espanha, onde a taxa chega aos 50%. A situação é dramática o suficiente em Portugal, também. Segundo os últimos dados do INE e para o primeiro trimestre de 2012, a taxa de desemprego jovem estava nos 35,5%, representando 149,7 mil jovens desempregados, mais de um terço do total do grupo etário entre os 15 e os 24 anos. No ranking europeu, este número coloca-nos na 3.ª posição no que respeita ao desemprego jovem.
Para Becker, a solução é simples e reside no sistema de formação profissional aplicado na Alemanha, uma espécie de sistema dual, onde a formação teórica é acompanhada de prática em contexto real de trabalho nas empresas.
O executivo vai ainda mais longe e sugere que sejam empresas alemãs a oferecer os cursos de formação dupla nos países em crise. Na Alemanha e por norma, estes cursos de formação são financiados por empresas privadas, que constituem assim uma espécie de “carteira” de futuros colaboradores. Da mesma forma, admite a possibilidade de acordar com os países oportunidades para os jovens frequentarem esse tipo de formação directamente na Alemanha.
Será este modelo de formação a chave para combater o desemprego jovem?
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