Private Markets: por que estão mais frágeis em 2025 — e o que isso significa para os investidores

Nos últimos anos, os private markets — o conjunto de investimentos que inclui capital privado (private equity), crédito privado (private credit), infraestruturas e imobiliário não cotado — tornaram-se uma das grandes apostas dos investidores institucionais e de elevado património. No entanto, em 2025, o setor está a atravessar um período de maior fragilidade, marcado por menor liquidez, avaliações incertas e um contexto macroeconómico mais desafiante.

O que está a acontecer

De acordo com o Global Private Markets Report 2025 da McKinsey & Company, o montante total angariado por fundos privados caiu para o nível mais baixo desde 2016. Embora o interesse dos investidores se mantenha, os fluxos de capital diminuíram, e as saídas — nomeadamente através de vendas ou IPOs — estão mais lentas. Isto significa que muitos fundos têm ativos presos em carteira durante mais tempo e menos liquidez para distribuir aos investidores.

Além disso, a subida das taxas de juro e a queda das valorizações em setores como tecnologia e imobiliário alteraram profundamente o equilíbrio de risco e retorno. As avaliações, muitas vezes feitas em ambientes de taxas zero, estão agora a ser revistas em baixa, criando incerteza sobre o verdadeiro valor dos ativos privados.

As principais fragilidades atuais

  • Liquidez limitada: investidores institucionais enfrentam dificuldades para sair de fundos ou vender participações, já que o mercado secundário está congestionado.
  • Pressão nas avaliações: ativos comprados entre 2019 e 2022, com base em múltiplos elevados, enfrentam agora reavaliações significativas.
  • Alavancagem elevada: o uso intensivo de dívida nos fundos de private equity aumenta o risco em contextos de menor crescimento económico.
  • Risco de crédito privado: a expansão do crédito privado para investidores de retalho levantou preocupações quanto à transparência e liquidez, segundo a Moody’s e o FMI.
  • Dependência de saídas via IPOs ou M&A: com os mercados bolsistas e de fusões menos dinâmicos, os fundos enfrentam maiores prazos de imobilização de capital.

Um setor cada vez mais grande — e mais sensível

Os private markets ultrapassaram os 13 biliões de dólares a nível global, tornando-se uma parte fundamental do sistema financeiro. Essa dimensão traz oportunidades, mas também riscos: quanto maior o peso do setor, mais sensível se torna à evolução das taxas de juro e à liquidez global.

O FMI e o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) têm alertado para a opacidade e interligação entre os mercados privados e o sistema bancário tradicional — uma combinação que pode amplificar choques em períodos de stress.

Oportunidade ou risco?

Apesar das fragilidades, o setor continua a atrair investidores à procura de retornos superiores. As condições atuais, com ativos desvalorizados e menor concorrência, podem gerar boas oportunidades de longo prazo para quem tiver paciência e capacidade de análise.

No entanto, a tendência é clara: os private markets deixaram de ser um “porto seguro alternativo” e tornaram-se um mercado que exige seleção rigorosa, diversificação e horizontes de investimento alargados.

O que isto significa para o investidor comum

Para o investidor particular, os private markets podem parecer um mundo distante — mas as suas dinâmicas têm impacto real sobre produtos financeiros acessíveis, como fundos mistos, PPRs ou ETFs ligados a crédito e infraestruturas. Muitos destes veículos investem indiretamente em ativos privados, o que significa que a exposição a este tipo de risco já existe, mesmo sem o investidor o perceber diretamente.

Por isso, há três pontos essenciais a reter:

  1. Liquidez é fundamental: investimentos privados tendem a ser ilíquidos; se o horizonte temporal for curto, a exposição deve ser reduzida.
  2. Diversificação protege: ter exposição a vários tipos de ativos (obrigações, ações, liquidez, imobiliário cotado) ajuda a equilibrar os ciclos de mercado.
  3. Taxas de juro moldam tudo: enquanto as taxas se mantiverem elevadas, o custo da dívida pressiona os retornos — pelo que a paciência e a disciplina serão as maiores aliadas.

Em suma, o investidor comum não deve ver o setor como uma ameaça, mas como um alerta para a importância de conhecer onde o seu dinheiro está aplicado — e de privilegiar transparência, prazos adequados e gestores com experiência comprovada.

Conclusão

Em 2025, os private markets continuam relevantes, mas estão mais frágeis e menos previsíveis. O ambiente de taxas elevadas e menor liquidez expôs riscos estruturais que antes passavam despercebidos. Para investidores e decisores, o foco deve estar agora em resiliência, transparência e gestão prudente do risco — fatores que farão a diferença na próxima década.


Fontes: McKinsey & Company, Reuters, Moody’s, FMI, BIS, EY Global Private Equity Pulse (Outubro 2025).


Este artigo foi redigido com o apoio de inteligência artificial e revisto por um colaborador humano. Pode conter imprecisões ou omissões. O conteúdo destina-se apenas a fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro, fiscal ou de investimento.

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