No primeiro semestre de 2012 (ou seja, até Junho), as famílias portuguesas cortam 2,9 mil milhões de Euros nas suas despesas correntes, numa consequência directa da crise que atravessa o país.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e face ao período homólogo em 2011, as famílias portuguesas tiveram a necessidade de cortar nas suas despesas, incluindo, bens de primeira necessidade, como alimentos. Uma vez que existiu também uma queda brusca no investimento, o resultado foi um agravamento da recessão e da crise.
Face a estes números, o INE pode confirmar uma queda de 3,3% no PIB, mais 1% do que a quebra registada no primeiro trimestre do ano (2,3%). Segundo o Instituto, a redução na procura interna agravou, assim, o desempenho da economia, factor ainda mais agravado pelo abrandamento do volume das exportações.
Crise – Produto Interno Bruto e Procura Interna
Austeridade, crise, aumento de impostos e cortes salariais, tudo contribui de forma significativa para a diminuição do rendimento real das famílias, o que provocou, no consumo privado, o valor mais baixo registado no PIB desde 2003 – neste momento, o consumo privado apenas representa 61,6% do valor do Produto Interno Bruto.
O corte é mais acentuado no caso dos bens duradouros – onde se incluem automóveis e electrodomésticos – onde foi registada uma queda de 22,3%, isto em sectores que, por si só, já têm registado graves perdas em consequência da crise. No caso dos bens não-duradouros (combustíveis e serviços), a queda de 5,2% é maior desde que o INE e o Banco de Portugal fazem registo destes dados (1979). Da mesma forma, a crise tem feito diminuir o consumo de bens alimentares, em queda há quatro trimestres consecutivos.
Crise – Corte das despesas de consumo final
O comunicado de imprensa original pode ser consultado aqui: http://tinyurl.com/c3xq8eq
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