Com os preços das casas em níveis historicamente elevados e as taxas de juro ainda acima da média, a dúvida entre comprar casa ou arrendar está mais viva do que nunca. Vamos comparar, de forma prática, os custos de ambas as opções para um imóvel de 300.000 € em Portugal.
1. Comprar: quanto custa realmente?
Vamos considerar um cenário realista em 2025: um crédito à habitação com as condições médias oferecidas pelos principais bancos portugueses.
- Preço do imóvel: 300.000 €
- Entrada inicial (20%): 60.000 €
- Empréstimo bancário: 240.000 €
- Prazo: 30 anos (360 meses)
- Taxa de juro média (Euribor + spread): 4,5% anual
Com estas condições, a prestação mensal ronda os 1.216 €.

Custos adicionais da compra
- Impostos e taxas iniciais: cerca de 5% do valor do imóvel (IMT + imposto de selo + escritura), ou seja, cerca de 15.000 €.
- Seguro multirriscos habitação: ~150 €/ano
- Seguro de vida associado ao crédito: ~300 €/ano
- Condomínio: ~50 €/mês (≈600 €/ano)
- Manutenção média anual: ~500 €/ano
Somando todos os fatores, o custo total no primeiro ano inclui a entrada inicial (60.000 €), os impostos (15.000 €) e as prestações (14.592 €), mais os seguros e condomínio (~1.050 €) — um total próximo de 90.000 € no primeiro ano.
Ao fim de 10 anos, o comprador teria pago cerca de 145.000 € em prestações (incluindo juros), além dos custos de manutenção e seguros (~10.000 €). No entanto, possuiria um ativo com valor de mercado possivelmente superior, dependendo da valorização do imóvel.
Ao fim de 10 anos, o comprador ainda teria cerca de 174.000 € em dívida ao banco, tendo já amortizado aproximadamente 66.000 € de capital. Nesse período, o total pago em prestações rondaria os 145.000 €, dos quais mais de metade corresponde a juros. Apesar disso, o comprador constrói gradualmente património real, ao contrário do arrendatário, que ao fim do mesmo tempo não possui ativo algum. Este equilíbrio entre o custo financeiro e a criação de valor a longo prazo é um dos fatores que mais pesa na decisão de comprar casa.
2. Arrendar: o cenário atual
Segundo dados do Idealista e do INE, a renda média em Lisboa e Porto ronda os 1.200 € a 1.500 € para imóveis na faixa dos 300.000 € em valor de venda. Vamos considerar uma renda média de 1.300 € mensais.
- Renda mensal: 1.300 €
- Custos iniciais: caução + 2 rendas = 3.900 €
- Custos de manutenção: geralmente a cargo do senhorio
Num horizonte de 10 anos, o arrendatário gastaria cerca de 156.000 € em rendas, sem adquirir património, mas mantendo total flexibilidade (mudar de casa, cidade ou país sem encargos de venda ou crédito).
3. Comparação direta: 10 anos
Critério | Comprar | Arrendar |
---|---|---|
Custo mensal médio | 1.216 € + ~90 € (seguros e condomínio) | 1.300 € |
Custo inicial | ≈ 75.000 € (entrada + impostos) | ≈ 3.900 € (caução + rendas) |
Despesa total em 10 anos | ≈ 155.000 € (prestações + custos anuais) | ≈ 156.000 € (rendas) |
Património ao fim de 10 anos | Casa avaliada em ~300.000 € (ou mais) | Nenhum |
Flexibilidade | Baixa (custos de venda e crédito) | Alta (mudar facilmente) |
Risco | Moderado (variação de juros e mercado) | Baixo (renda previsível) |
4. Conclusão: comprar continua a ser investir — mas depende do perfil
Comprar casa continua a ser uma forma de poupar forçadamente e criar património, especialmente a longo prazo. No entanto, exige capital inicial, estabilidade financeira e disposição para assumir custos fixos como seguros, manutenção e condomínio.
Já o arrendamento oferece liberdade e previsibilidade, mas sem retorno futuro. No equilíbrio entre segurança e flexibilidade, a decisão depende do horizonte de permanência, capacidade de poupança e da evolução das taxas de juro. Para quem planeia viver mais de 10 anos no mesmo local, comprar tende a compensar. Para quem valoriza mobilidade, arrendar pode ser mais racional.
Fontes: Banco de Portugal, INE, Idealista, ECO, dados de mercado (Outubro 2025).
Este artigo foi redigido com o apoio de inteligência artificial e revisto por um editor humano. Pode conter imprecisões ou omissões. O conteúdo destina-se apenas a fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro, fiscal ou de investimento.
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