Em que se gasta a Proteção Social: Portugal vs Alemanha, França, Áustria, Espanha e Itália

A despesa com proteção social é a maior fatia dos orçamentos públicos europeus, representando entre 35 % e 46 % da despesa total. Dentro desta rubrica há diferenças marcantes entre países — pensões, saúde, invalidez, desemprego e apoio à família não têm o mesmo peso em todos os sistemas.

📊 Estrutura interna da Proteção Social (% da própria Proteção Social – 2023)

Subfunção COFOG	🇵🇹 PT	🇩🇪 DE	🇫🇷 FR	🇦🇹 AT	🇪🇸 ES	🇮🇹 IT
Doença / saúde	28.7 %	23.4 %	26.2 %	24.0 %	25.1 %	24.3 %
Invalidez	6.7 %	7.8 %	6.9 %	8.3 %	6.5 %	7.1 %
Velhice	47.5 %	47.2 %	45.1 %	47.5 %	48.2 %	50.0 %
Sobrevivência	7.6 %	6.1 %	7.0 %	5.9 %	5.8 %	6.5 %
Família / crianças	5.3 %	7.9 %	8.6 %	7.8 %	7.1 %	5.9 %
Desemprego	2.9 %	3.9 %	3.6 %	3.3 %	4.6 %	2.9 %
Outros (habitação, exclusão social, I&D, n.e.c.)	1.3 %	3.7 %	2.6 %	3.2 %	2.7 %	3.3 %
Total	100 %	100 %	100 %	100 %	100 %	100 %

💬 O que revelam estes números

• As pensões de velhice consomem entre 45 % e 50 % da despesa social — o principal fator estrutural ligado ao envelhecimento populacional.
• Os gastos com doença e saúde representam cerca de um quarto da Proteção Social.
• Família e infância têm peso mais elevado em França, Alemanha e Áustria, refletindo políticas de natalidade e apoio parental mais robustas.
• Portugal e Itália apresentam sistemas mais concentrados em pensões, com menor espaço para apoios à infância e habitação.

📈 Ilações e tendências

Os dados da despesa social europeia em 2023 ajudam a tirar várias conclusões sobre o futuro das políticas públicas e os desafios económicos:

• 1. Envelhecimento pressiona orçamentos. Com a população sénior em crescimento, o peso das pensões tende a aumentar — especialmente em Portugal e Itália, onde já ultrapassa metade da despesa social.
• 2. Sustentabilidade a médio prazo. A transição demográfica implica mais pressão sobre os sistemas de segurança social, exigindo reformas de pensões, prolongamento da vida ativa e maior diversificação das fontes de financiamento.
• 3. Diferença de prioridades. Países como França e Alemanha investem mais em políticas familiares e de natalidade, como forma de equilibrar a pirâmide etária; Portugal e Espanha continuam com margens reduzidas para esses apoios.
• 4. Doença e invalidez. A saúde representa entre 24 % e 29 % da despesa social. O envelhecimento e as doenças crónicas vão ampliar este peso nas próximas décadas.
• 5. Desemprego residual, mas estrutural. Embora pese menos de 5 %, é uma área sensível em tempos de recessão. A descida pós-pandemia pode ser temporária se a economia abrandar.
• 6. Desafio orçamental global. O conjunto da Proteção Social já representa mais de 15 % do PIB em quase todos os países europeus, e tende a crescer mais rapidamente do que o PIB nominal.

Em síntese, a Europa caminha para um modelo social onde a proteção dos mais velhos domina os orçamentos, enquanto o apoio às novas gerações permanece limitado — uma inversão geracional que poderá exigir reequilíbrios nas próximas décadas.

📚 Fontes e metodologia

Eurostat – General government expenditure by function (COFOG, Level II), 2023 (unidade PC_TOT). Valores representam a repartição interna da função Proteção Social, ou seja, a percentagem de cada subfunção dentro do total dessa categoria.

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Artigo gerado com o apoio de inteligência artificial e revisto por um editor humano, de acordo com a política editorial do Maisvalias.com.